Da uva ao vinho.

Sabe-se que o vinho é o resultado da transformação dos açucares da uva em álcool, através do processo de fermentação, o que era frutose se converte em álcool etílico e gás carbônico e voilà... Dá para jurar que o vinho foi descoberto num desses descuidos, um pouco de uva  há dias em algum lugar... E  a transformação acontece!!!
Com relação à  idade do vinho, existem muitas evidências,  pesquisas arqueológicas descobriram que as primeira espécies de Vitis Vinífera foram encontradas nas regiões do Egito e da Síria,  há aproximadamente 4000a.C.
Na Bíblia está escrito que Noé já havia plantado vinhas numa região que atualmente seria a Turquia, o vinho por sua vez,  foi se espalhando por várias civilizações ao longo da história, em lugares como :  Pérsia, Jordânia, Mesopotâmia, Líbano, Israel, além da Georgia e Armênia. Destas regiões o vinho propagou-se até o Egito, onde a viticultura foi sendo elaborada e aprimorada na região do Nilo. Tempos depois o vinho chega à Grécia, onde é inserido na cultura Greco-Romana de forma bem peculiar,  lá  eles tinham até um Deus protetor das videiras e do vinho, denominado de Dionísio para os gregos e Baco para os romanos.
Ânforas  foram achadas em escavações arqueológicas que provam a existência de vinho na Grécia, datada de 2500a.C, outras ânforas e fósseis de uvas foram encontrados em diversas regiões tais como: Islã, França e Itália. Como podemos ver a história da humanidade e do vinho se confudem, já que o vinho esteve presente na maioria das grandes civilizações.
Com a chegada da Idade Média e a decadência de alguns dos mais poderosos impérios, dentre eles o Império Romano, a fase de turbulência sofrida pela Europa, também refletiu na produção do vinho, algumas terras foram abandonadas e foi justamente neste período de declínio, que surge um grande aliado para a expansão do vinho: A Igreja, já que o vinho faz parte dos rituais litúrgicos da igreja católica.
Mosteiros foram sendo construídos em propriedades que haviam sido abandonadas, os monges passaram então a cultivar a uva e produzir o próprio vinho, grandes vinhedos na Europa foram erguidos pelos monges, existe até um vinho muito famoso e lendário  na França, mas precisamentena na Região do Rhône, denominado de Châteauneuf-Du-Pape, que tem haver um pouco com o que estou falando, mas sobre este vinho comentarei mais tarde...
No período renascentista o vinho já  era um produto nobre e muito apreciado. No século XVI na França, os holandeses passaram a produzir em grande escala, vinhos brancos destinados ao destilamento para serem transformados em Brandevin, dessa forma nasce o mercado europeu de destilados que um século mais tarde dará origem ao aparecimento dos Cognac. Com a chegada do século XVII, a utilização de rolhas de cortiça  e garrafas de vidro para o armazenamento da bebida, fez com que o vinho ganhasse mais durabilidade e dessa forma conquistasse o mundo...
No entanto com a chegada do século XIX, houve a maior tragédia da história do vinho, a praga da Phylloxera vastatrix, uma espécie de pulgão que chegou até a Europa, trazido em mudas de variedade americana, espalhou-se rapidamente, destruindo quase que totalmente os vinhedos da Europa . Foi um período difícil até a chegada da solução, que consistia em enchertar as cepas européias em raízes de variedades americanas, mais resistentes à praga.
Aos poucos a produção de vinho foi retomada e eis que chega o século XX, onde o avanço dos  conhecimenos tecnológicos foram primordiais  para o aprimoramento do vinho, esta bebida complexa e única.